quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Nosso cérebro é fantástico!


Primeiro transplante de cabeça pode acontecer em dois anos



Um plano radical para transplantar uma cabeça no corpo de alguém está para ser anunciado. Mas este tipo de cirurgia é etico ou ao menos possível?
É um papo cabeça. A primeira tentativa de transplantar cabeça vai ser lançado este ano numa conferência de cirurgia nos USA. A sacada é um chamado de ajuda para os interessados se unirem para trabalhar em elaborar a cirurgia.
A ideia foi proposta em 2013 por Sergio Canavero do Turin Advanced Neuromodulation Group na Itália. Ele quer utilizar a cirurgia para extender a vida de pessoas cujos músculos e nervos degeneraram ou cujos órgãos foram tomados por cancer. Agora ele afirma que os obstáculos maiores, como fundir a medula espinal e evitar que o sistema imune rejeite a cabeça, podem ser superados, e a cirurgia estará pronta em 2017.
Canavero planeja anunciar o projeto em uma conferencia anual da American Academy of Neurological and Orthopaedic Surgeons (AANOS) em Annapolis, Maryland, em junho. A sociedade está pronta para esta baita cirurgia? E a ciência ao menos se posiciona?
A primeira tentativa de transplante de cabeça foi realizada em um cachorro por um cirurgião soviético, Vladimir Demikhov em 1954.
Um filhotinho de cachorro e sua patas dianteiras foram transplantadas nas costas de um cachorro maior. 
Demikhov conduziu várias outras tentativas mas os cãezinhos sobreviviam entre dois e seis dias.
O primeiro procedimento com sucesso, no qual uma cabeça foi substituida por outra, foi realizada em 1970. Um time sob a chefia de Robert White da Case Western Reserve University School of Medicine em Cleveland, Ohio, transplantou a cabeça de um macaco para o corpo de outro macaco. Eles não tentaram unir as medulas espinais, então o bichinho não conseguia mover suas pernas, mas respirava com auxilio de máquinas. O macaco viveu por 9 dias até o sistema imune ter rejeitado a cabeça. Apesar de poucos transplantes tem sido feitos desde então, muitos dos procedimentos cirúrgicos envolvidos progrediram. "Penso que agora chegamos num ponto que os aspectos técnicos estão à altura do procedimento, " dusse Canavero.
A cabeça do recipiente é removida do corpo do doador e então as duas ponta de medula – que lembram duas porções de espaguete – são fundidas uma à outra. Para tanto, Canavero planeja irrigar a área com um produto químico chamado polietileno glicol, e seguir fazendo várias horas de injeções da mesma substância. Assim como água quente faz o espaguete amolecer e grudar, polietileno glicol encoraja a gordura das membranas celulares a se unirem.
Após, os músculos e o suprimento sanguíneo será suturado e o recipiente mantido em coma por três a quatro semanas, para previnir movimento. Eletrodos implantados poverão estimulação à medula, já que pesquisas demonstram que isto reforça as conexões entre os nervos.
Quando o recipiente acordar, Canavero prediz que ele será capaz de mover-se e de sentir seu rosto e que poderá falar com a mesma voz. Ele diz que fisioterapia pode habilitar a pessoa a caminhar em um ano. Várias pessoas se voluntariaram a conseguir um corpo novo, ele diz.
A parte mais delicada vai ser fusionar as medulas. Polietileno glicol já mostrou-se estimular o crescimento de nervos da medula de animais, e Canavero pretende usar doadores que tiveram morte cerebral para testar a técnica. Todavida, outros são céticos quanto a isto ser o suficiente. "Não há evidência que conectividade da medula pode levar à sensibilidade ou função motora após o transplante de cabeça," diz Richard Borgens, diretor do Center for Paralysis Research em Purdue University em West Lafayette, Indiana.
Se polietileno glicol não funcionar, há outras opções que Canavero pode tentar. Injetar células tronco ou células olfatórias formadoras da bainha mielínica - células que auto-regeneram que conectam o nariz ao cérebro - na medula espinal, ou criando uma ponte entre a lacuna na medula usando membranas do estômago, mostram-se promissoras em ajudar pessoas a caminhar novamente depois de lesões na medula. Apesar de não comprovado, Canavero diz que o approach químico é o mais simples e o menos invasivo.
Mas e a possibilidade do sistema imune rejeitar o tecido estranho?  O macaquinho de Robert White morreu porque sua cabeça foi rejeitada pelo corpo. William Mathews, chairman no AANOS, diz que ele não pensa que seria um problema maior atualmente. Ele diz isto porque podemos usar drogas que modulam a aceitação de grandes quantidades de tecido, como um perna, um transplante combinado de coração e pulmões, pode-se lidar melhor com a resposta imune à cabeça. "O sistema que temos para prevenir rejeição imune e os princípios por trás disso estão bem estabelecidos."
Leia mais em First human head transplant could happen in two years.Texto original Helen Thomson (adaptado)Toda a notícia saiu na Newscientist 3010 em 25 de Fevereiro

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